Não me interessa se nós pensamos que eu penso que o dia é escuro e a noite é clara. A noite de minha madrugada é tão inspiradora quanto as espumas do mar dançando em sua superfície.
Já não me interessa se nós não pensamos, ou nunca chegamos a pensar, em mim. De fato, saber isso não faz a menor diferença, visto que nunca confirmaria nada: as pessoas mentem e se iludem ao seu bel prazer ou sofrimento.
Não me interessa também nossos anceios, e sim as atitudes que tomamos para que chegássemos a essa condição em que estamos. Nossa intenção agora não é mais do que uma maneira de abrandar a nossa pena: nunca de nos absolver.
Não me interessa que nós pensemos que tudo aconteceu como tinha que acontecer, até porque a maneira que nós enfrentamos o fato é a impulsão que nos induz à resposta, seja ele interpretado como uma queda ou uma vitória gloriosa.
Não me interessa se nos achamos inúteis: nós nunca nos acharemos úteis o suficiente.
Não me interessa se nos achamos feios: a beleza está no sentir, e não nos sentidos.
Não me interessa se nos cobramos demais: no final, nosso livre arbítrio sempre nos dá a força que precisamos.
Não me interessa se dizemos que não temos força para amar: com certeza é uma mentira.
Amo
Há 11 anos