quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pratas que fluem para outros corpos

Posted in by Bruno Marconi da Costa | Edit

A chuva que prateia o asfalto não é a mesma que cai sob os túneis. A prata do chão é o prato de alguns, roubada por tantos outros.
É quente a luz que emana dos postes, mas gelado o cimento em que se apoia o invisível. Mesmo que tapem-buracos, fluem globalizadas as gotas prata-escarlate para outros corpos. Não tem cor o sangue do nosso organismo. Não que vejamos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cortes

Posted in by Bruno Marconi da Costa | Edit

Em pé, na estrada, te desejo;
Na viagem dos dias, me destrói o peito.
Sem ar, canso por esquecimento
Do cambaleante peso que contempla a luta.

De joelhos, na taverna, te maldigo;
Numa prece caótica, me completa.
Forçado é o riso, mas perenes
São as cicatrizes que me levam.

Sentado, na cama, te espero;
Entre as sobras do desespero, uma esperança.
Nos meus olhos fundos, sem mordaça
Nas memórias de onde fui e do que eu era.

Tu és a adaga comemorativa
Das batalhas que travei por 10.000 anos.
Lutei; fui derrotado;
Saltei como cavalo e me arrastei como rei;
No fim
Venci.