segunda-feira, 24 de março de 2008

Soneto do Errante Amante

Posted in , , , by Bruno Marconi da Costa | Edit
Longe, eu lhe encontro, tão distante...
Você, vendo que ainda me levanto!
Não desmanche o coração com tal espanto;
Se me tornarei, por ti, alma errante.

Quantos arpejos, não sabes quanto!
A cada nota que minha voz cante:
Melodia um tanto arrepiante,
Espalharia todas com meu canto!

Saibas que como a neve me derreto,
Que como a rocha, sofro a erosão,
e minha música se torna soneto.

E quando puder cantar minha canção
Som tão ritmado e tão inquieto
Em seus braços, encontrarei salvação.
terça-feira, 4 de março de 2008

Auto-Ostracismo

Posted in by Bruno Marconi da Costa | Edit
Não parecia ser uma opção, e sim o único caminho. Por isso, teria de percorre-lo, árduo, em busca de sua própria inexistência - ou, talvez, de sua própria inessência.

Não sabia muito bem para onde ir, na verdade, não sabia nem onde estava. Sua mente o obrigava a fechar os olhos quando precisava ver, escurecer o que precisava ficar claro e enfraquecer onde precisava haver luta.

Abalado, foi-se fechando no ar de dentro dos pulmões, sem ligar para o que havia em volta. Ele precisava desse recolhimento, para que um tempo depois, seja um segundo ou um século, ele possa explodir para o mundo. Mas prender-se no seu próprio peito era algo muito difícil para um coração conturbado.

Mas aos poucos foi conseguindo se encontrar nessa auto-perseguição implacável. Não era como correr atrás do próprio rabo, e sim correr atrás de um espelho que caminha na sua frente na mesma velocidade que você.

Calou-se, pois queria encontrar, um dia, sua voz serenizada. Tapou os ouvidos pois queria ouvir, um dia, os mais doces sons da Terra. Fechou os olhos pois queria ver, um dia, no espelho uma imagem que lhe agradasse a todo momento que visse.

Até que, finalmente, sua vida parou. O mundo, não.
domingo, 2 de março de 2008

Anti-ode à juventude da primeira década do século XXI

Posted in , by Bruno Marconi da Costa | Edit
É insuportável, invariável
É vagamente incompreensível
Estando em frente ao inabalável
Rock'n Roll ao som de conversível.

Afogada em toda incompletude
Na corrente da futilidade
Esperando que o mundo mude
Escutando música toda tarde!

Tosca essa nossa juventude
Não se espelha nos ídolos de 70
Discutindo em tudo se ilude
Apontando o que não experimenta.

Uma Juventude multifacetada
Mesmo dentro dos grupos não tem igual
Modelo ou pseudo-intelectual
Lendo romances de Capa e Espada

Dificil unificar os jovens
Mesmo sendo sendo da mesma idade:
Dos adultos, querem os bens
Das crianças, responsabilidade.