Não parecia ser uma opção, e sim o único caminho. Por isso, teria de percorre-lo, árduo, em busca de sua própria inexistência - ou, talvez, de sua própria inessência.
Não sabia muito bem para onde ir, na verdade, não sabia nem onde estava. Sua mente o obrigava a fechar os olhos quando precisava ver, escurecer o que precisava ficar claro e enfraquecer onde precisava haver luta.
Abalado, foi-se fechando no ar de dentro dos pulmões, sem ligar para o que havia em volta. Ele precisava desse recolhimento, para que um tempo depois, seja um segundo ou um século, ele possa explodir para o mundo. Mas prender-se no seu próprio peito era algo muito difícil para um coração conturbado.
Mas aos poucos foi conseguindo se encontrar nessa auto-perseguição implacável. Não era como correr atrás do próprio rabo, e sim correr atrás de um espelho que caminha na sua frente na mesma velocidade que você.
Calou-se, pois queria encontrar, um dia, sua voz serenizada. Tapou os ouvidos pois queria ouvir, um dia, os mais doces sons da Terra. Fechou os olhos pois queria ver, um dia, no espelho uma imagem que lhe agradasse a todo momento que visse.
Até que, finalmente, sua vida parou. O mundo, não.
Amo
Há 11 anos
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