Chama-se a isso, se bem me lembro, a irreversibilidade do tempo.
Jean-Paul Sartre (A Náusea)
Jean-Paul Sartre (A Náusea)
Revirando sentimentos enquanto o sol se põe. Sentimentos que nunca senti, na verdade, e que vêm com memórias. Pensamentos utópicos e inúteis de "o que poderia ter sido?" a "foi como tinha de ser". Não. Não foi como tinha de ser. Talvez um erro meu, talvez uma insegurança dela, mas as coisas nem sempre são como tinham de ser. Elas simplesmente acontecem, e temos que lidar com as conseqüências.
Esse sentimento me deixa sem chão. É extremamente estranho sentir-se apaixonado por memórias de algo que não chegou a ser uma paixão em si. Isso só me faz pensar que as lembranças estão sempre relacionadas ao que pensamos e sentimos hoje. Mas é estranho também o sorriso dela estar tão bem pintado e colorido em minha mente, quase como um Monet. Os olhos expressivos também são importantes, fractando-se a cada sorriso.
Mas isso não é nada pragmático. Como assim, se apaixonar por uma memória? Por um sentimento anacrônico? Pior, um sentimento que pode ser também crônico. Sinto como se não pudesse mais viver sem ele, mas sei que provavelmente amanhã acordarei e nem lembrarei do que estou sentindo no momento.
Tudo que eu queria agora era voltar no tempo e reviver o que acontecera, talvez mais intensamente, com o que sinto agora. Não é propriamente um arrependimento, só uma maneira diferente de ver o que aconteceu. Sei, claro, que é impossível, e isso revira meu estômago e mente de uma maneira inexplicável e que nunca senti antes, desta maneira.
O que eu realmente sei é que eu gostaria que ela tivesse me amado. Gostaria que eu fosse a última imagem em sua mente antes de dormir e a primeira depois de acordar, naquela época. Hoje já não sei. Pensava que minha paz se encontrava em minha solitude, e nesse exato momento ela está abalada.
Agora o Sol já está posto e incontáveis estrelas se põem no céu. Com o Sol, se foi a anacronia? Não sei. Só vendo o sorriso dela, hoje, meus sentimentos se decedirão: sincronizar a paixão ou deixá-la na memória. Eis a questão.
Esse sentimento me deixa sem chão. É extremamente estranho sentir-se apaixonado por memórias de algo que não chegou a ser uma paixão em si. Isso só me faz pensar que as lembranças estão sempre relacionadas ao que pensamos e sentimos hoje. Mas é estranho também o sorriso dela estar tão bem pintado e colorido em minha mente, quase como um Monet. Os olhos expressivos também são importantes, fractando-se a cada sorriso.
Mas isso não é nada pragmático. Como assim, se apaixonar por uma memória? Por um sentimento anacrônico? Pior, um sentimento que pode ser também crônico. Sinto como se não pudesse mais viver sem ele, mas sei que provavelmente amanhã acordarei e nem lembrarei do que estou sentindo no momento.
Tudo que eu queria agora era voltar no tempo e reviver o que acontecera, talvez mais intensamente, com o que sinto agora. Não é propriamente um arrependimento, só uma maneira diferente de ver o que aconteceu. Sei, claro, que é impossível, e isso revira meu estômago e mente de uma maneira inexplicável e que nunca senti antes, desta maneira.
O que eu realmente sei é que eu gostaria que ela tivesse me amado. Gostaria que eu fosse a última imagem em sua mente antes de dormir e a primeira depois de acordar, naquela época. Hoje já não sei. Pensava que minha paz se encontrava em minha solitude, e nesse exato momento ela está abalada.
Agora o Sol já está posto e incontáveis estrelas se põem no céu. Com o Sol, se foi a anacronia? Não sei. Só vendo o sorriso dela, hoje, meus sentimentos se decedirão: sincronizar a paixão ou deixá-la na memória. Eis a questão.
Gisele de Souza says:
Bem legal :)
28 de outubro de 2008 às 08:35
Abakauê says:
Então, Charles.
Acho digno se apaixonar por uma lembrança. É fofo e verdadeiro.
Mas é simplesmente anacrônico, e bebida de anacrônico eu não gosto.
Brbifs.
28 de outubro de 2008 às 15:49