quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Amor em Devir

Posted in , , by Bruno Marconi da Costa | Edit
Olá,

Vi você parada outro dia apoiada em uma pilastra e aquela história toda de o tempo parar, que a gente vê nos mais clichês textos de amor, aconteceu.

Apesar de eu ter te visto duas, quem sabe três vezes, nenhuma delas foi tão marcante quanto a ultima. Simples como passar a caneta no papel; complicado como colocar uma idéia nele. Você estava ali, sozinha, esperando alguma pessoa ou algum sinal, alguma ligação no celular ou algum abrigo. Ou, quem sabe, algum sinal no celular para receber alguma ligação com alguma pessoa te oferecendo algum abrigo.

Mas o fato é que você estava ali e eu passei. Passei como quem passa, simplesmente. Como quem duvida, como quem está mais preocupado com o futuro do que com o presente. Mais preocupado com o lugar que eu ia do que com o lugar que eu estava. Responsável demais para viver, para ser, e simplesmente estava. Simples devir.

Mesmo assim, todo lugar que passo fica comigo, e você ficou de uma maneira especial. Eu imagino o dia que você entrará no baile em que minha vida se encontra, pedirá licença para a solidão e me puxará para uma valsa silenciosa, que não será "um pra lá, um pra cá". Ok, talvez um forró.

Você talvez não tenha me visto passar, talvez tenha. Eu não estava lá muito apresentável, meio gauché. Na verdade, eu estava como apenas mais um no meio de tantos ali no meio. Da maneira que você estava retrospectiva, poderia passar o mais belo dos cometas na sua frente que você poderia não reparar. Afinal, no que diz respeito à percepção das coisas, quase tudo é possível.

O que eu mais quero, no momento, (por mais que pareça um tanto obsessivo, mas... ah, toda adimiração vem com uma dose, pequena ou grande, de obsessão!) é poder chegar perto de você, ouvir sua voz, apenas uma palavra - porque uma voz bonita é um álcool sinfonioso -, colocar uma flor em seu cabelo, brilho nos seus olhos e uma música no seu coração. Mas isso vai ficar pra outra hora, outro dia. Talvez se houver o contato, todo o encanto se quebrará. Mas só precisaria de um sorriso seu para que tudo volte, de vez, a ser uma dolorosa inspiração, junto a ti.

4 Comments


  1. Abakauê says:

    Lek, já falei. Esse foi um dos textos mais bonitos que tu já fez até hoje, desde que eu te conheço.

    28 de agosto de 2008 às 19:55

  2. Anônimo

    bicho,largue faculdade e torne-se um poeta itinerante
    ^^

    29 de agosto de 2008 às 05:32

  3. Anônimo

    mostra, mostra, mostra
    x}

    30 de agosto de 2008 às 15:55