quarta-feira, 28 de julho de 2010

DistantAmor

Posted in by Bruno Marconi da Costa | Edit

Olho-te como quem contempla
o encanto de encantar-se com a estética
da distância, ponte que nos liga;
da presença, aperto que nos afaga.

Ouço-te como quem concentra-se
Nos cantos dos pássaros livres:
De peito aberto, por quilômetros
Voam melodiando para o infinito.

Beijo-te como quem deplora
o vazio que nos separa;
Esperando o torpor-toque
do gosto salgado de tua pele.

Sinto-te como quem sonha
Relógios derretidos de Dali;
Angustiante descompasso
Não te alcançando em tempo-espaço.

Choro-te como quem espera
olhar, ouvir, beijar, sentir
Choro, também, em êxtase
Pelo abraço de acreditar nesse momento.

Enfim,
Quero em ti nossa completude
E acolhimento;
Amo-te como aquele que ama:
Eu, a ti.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A metáfora da distância entre palavra, sentimento e o ser amado

Posted in by Bruno Marconi da Costa | Edit

É possível fazer poesia sem metáforas? Porque chove, chove, chove, e eu só gostaria que você estivesse aqui. Meu sentimento e o clima devem possuir algum tipo de ligação, assim como sinto você como a lágrima que escorre pelo meu rosto e cai no mar do meu coração.

Olha a metáfora aí de novo. Mas há de ter alguma relação entre isso que sinto (turbilhões inexplicáveis) e que choro (por você não estar aqui) e que sorrio (só de pensar em você) com esse mar que recebe a chuva e se esconde na neblina. Bate nas pedras da minha existência para me fazer transformar essa distância em areia.

Em pó. Transformar em pó e sugar-te, em cada grão, como fonte de embriaguez. Mas ora, não representamos tudo por metáforas? Há outro jeito, se não fazer da poesia um grande teatro, uma grande máscara?

Não. Eu sinto esse desespero todo de tanto amar, sentir, chorar, sorrir... e não saber como expressar. Então, abraço a metáfora e seu jogo de iluminar obscurecendo, limitando meu peito em palavras para diminuir, um pouco, a angústia de não ter você aqui.

Esse vento gelado é, pra mim, a ponta dos seus cabelos me acariciando a face inchada pela distância, dando alguma esperança de romper as barreiras do coração, das palavras e do espaço.